Um dia inesperado


Era realmente um dia como outro qualquer, pra ser mais precisa uma terça-feira, mês de Outubro, fazia calor. Uma família estava nas proximidades da antiga rodoviária na cidade de Campinas, tentando localizar o Hotel Plaza. O pai, cujo nome é Anderson, desce do carro sozinho, vai até a porta do hotel à procura de um amigo que estava hospedado no local. Ainda no carro, permaneceram os avós Noemi e Cláudio, o neto Júnior, de oito anos, e a esposa de Anderson, Catarina, grávida de sete meses. Era ela quem dirigia o dirigindo o automóvel.
Assim que Anderson desce, Catarina estaciona o Pegeout, de cor preta e de vidros escuros, logo adiante. O lugar era sombrio e cheio de árvores. Ao lado, um galpão vazio, sujo e com todas as vidraças quebradas.
Ali, os avós, o neto e Catarina conversavam e aguardavam o retorno de Anderson. A criança com olhar atento, mesmo estando dentro do carro, observava o final da rua escura. Na calçada, um moço bem vestido, subia com um pedaço de papel nas mãos, feito um rolo. Do outro lado avistou outra pessoa, também jovem e bem vestido, de cor branca, aparentando ter uns vinte anos. Júnior, com medo, alertou sua mãe, mas infelizmente já era tarde e não houve tempo suficiente para que pudessem fazer algo.
Mesmo com os vidros escuros e entreabertos, os marginais viram Catarina na direção, um deles tirou a arma de dentro do rolo encostando-a na cabeça de Catarina. Nervoso, ele pediu que ela pulasse rapidamente para o banco traseiro.
Catarina estava trajando uma roupa toda preta, não aparentando que estava grávida. Usava algumas pulseiras douradas que eram na verdade bijuterias, mas chamavam a atenção.
Ela não obedeceu aos ladrões, abriu a porta e tentou colocar sua perna esquerda para fora, forçando cada vez mais para que pudesse sair. Sua maior preocupação eram seus pais e o filho que estavam no banco traseiro. Infelizmente nada podia fazer a não ser confiar em Deus.
O outro delinquente abriu a porta da frente tentando amedrontá-la, pedindo que ligasse o carro, mas logo percebeu a presença de mais pessoas na parte de atrás. Ele correu para uma das portas traseiras, não deixando ninguém sair. O avô deu um empurrão, dizendo: -Sai daqui moleque! Reagindo ao assalto.
Catarina ficou atônita, passando mal por causa do bebê que carregava em seu ventre e pediu que eles levassem o que quisessem, até o carro, mas que os deixassem em paz. Insistentemente eles queriam realizar um sequestro relâmpago.
Anderson estava a alguns metros dali e mesmo longe, com o hotel muito iluminado, conseguiu visualizar toda a movimentação, percebendo ser um assalto. Ele não hesitou em gritar por socorro e pela polícia, que nem ali estava e não pensou duas vezes, quer dizer, ele nem pensou, agiu por impulso. Correu em direção ao carro, pensou na família, em Deus e não no perigo que corria. Os marginais assustados correram. Acreditaram que realmente a polícia estava ali de prontidão.O cara com muita raiva por não ter dado nada certo, apontou a arma para Catarina, novamente, olhando para trás. Naquele momento, Catarina estava imóvel, ainda sentada no volante, pedindo a Deus por socorro. A atitude insana daquele rapaz foi interrompida por um milagre, evitando uma tragédia. Ambos viraram a esquina, Anderson correu, sentou-se no banco da frente. Catarina já com o carro ligado, acelerou bruscamente para que pudessem sair daquele lugar com vida. Aqueles minutos, para ela, tornaram-se uma eternidade. Toda vez que passa por ali, relembra com muito medo tudo o que passou.

Priscila Fon
Letras Turma A

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns, PRI,a sua narrativa está exatamente como o ocorrido,parece-me até que tudo naquela noite conspirava,para aquele terrível acontecimento.Mas graças a Deus,tudo acabou bem.Beijos!
M.Sonia L Fon



Susely disse...

UAU! Nossa que história! Mas depois que li o comentário da Maria Sônia, percebi que foi real, então, naquele dia um verdadeiro milagre aconteceu e ninguém se feriu.
Parabéns pela narrativa, muito bem escrita e descrita.

bjkas
Su

Keila disse...

Eu também ia comentar que parece muito real. A forma como o fato foi narrado...
Realmente um grande livramento de Deus!

Que Deus continue abençoando essa família!