
Assim
que Anderson desce, Catarina estaciona o Pegeout, de cor preta e de vidros
escuros, logo adiante. O lugar era sombrio e cheio de árvores. Ao lado, um
galpão vazio, sujo e com todas as vidraças quebradas.
Ali,
os avós, o neto e Catarina conversavam e aguardavam o retorno de Anderson. A
criança com olhar atento, mesmo estando dentro do carro, observava o final da
rua escura. Na calçada, um moço bem vestido, subia com um pedaço de papel nas
mãos, feito um rolo. Do outro lado avistou outra pessoa, também jovem e bem
vestido, de cor branca, aparentando ter uns vinte anos. Júnior, com medo,
alertou sua mãe, mas infelizmente já era tarde e não houve tempo suficiente
para que pudessem fazer algo.
Mesmo
com os vidros escuros e entreabertos, os marginais viram Catarina na direção, um
deles tirou a arma de dentro do rolo encostando-a na cabeça de Catarina. Nervoso, ele
pediu que ela pulasse rapidamente para o banco traseiro.
Catarina
estava trajando uma roupa toda preta, não aparentando que estava grávida. Usava
algumas pulseiras douradas que eram na verdade bijuterias, mas chamavam a atenção.
Ela
não obedeceu aos ladrões, abriu a porta e tentou colocar sua perna esquerda
para fora, forçando cada vez mais para que pudesse sair. Sua maior preocupação
eram seus pais e o filho que estavam no banco traseiro. Infelizmente nada podia
fazer a não ser confiar em Deus.
O
outro delinquente abriu a porta da frente tentando amedrontá-la, pedindo que
ligasse o carro, mas logo percebeu a presença de mais pessoas na parte de atrás. Ele correu
para uma das portas traseiras, não deixando ninguém sair. O
avô deu um empurrão, dizendo: -Sai daqui moleque! Reagindo ao assalto.
Catarina
ficou atônita, passando mal por causa do bebê que carregava em seu ventre e
pediu que eles levassem o que quisessem, até o carro, mas que os deixassem em
paz. Insistentemente eles queriam realizar um sequestro relâmpago.
Anderson
estava a alguns metros dali e mesmo longe, com o hotel muito iluminado, conseguiu
visualizar toda a movimentação, percebendo ser um assalto. Ele não hesitou em
gritar por socorro e pela polícia, que nem ali estava e não pensou duas
vezes, quer dizer, ele nem pensou, agiu por impulso. Correu
em direção ao carro, pensou na família, em Deus e não no perigo que corria. Os
marginais assustados correram. Acreditaram que realmente a polícia estava ali
de prontidão.O
cara com muita raiva por não ter dado nada certo, apontou a arma para Catarina,
novamente, olhando para trás. Naquele momento, Catarina estava imóvel, ainda
sentada no volante, pedindo a Deus por socorro. A
atitude insana daquele rapaz foi interrompida por um milagre, evitando uma
tragédia. Ambos
viraram a esquina, Anderson correu, sentou-se no banco da frente. Catarina já
com o carro ligado, acelerou bruscamente para que pudessem sair daquele lugar
com vida. Aqueles minutos, para ela, tornaram-se uma eternidade. Toda vez que
passa por ali, relembra com muito medo tudo o que passou.
Priscila Fon
Letras Turma A
Imagem: Plínio Dondon
3 comentários:
Parabéns, PRI,a sua narrativa está exatamente como o ocorrido,parece-me até que tudo naquela noite conspirava,para aquele terrível acontecimento.Mas graças a Deus,tudo acabou bem.Beijos!
M.Sonia L Fon
UAU! Nossa que história! Mas depois que li o comentário da Maria Sônia, percebi que foi real, então, naquele dia um verdadeiro milagre aconteceu e ninguém se feriu.
Parabéns pela narrativa, muito bem escrita e descrita.
bjkas
Su
Eu também ia comentar que parece muito real. A forma como o fato foi narrado...
Realmente um grande livramento de Deus!
Que Deus continue abençoando essa família!
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