O CRUZEIRO


  

      Eu estava na praia, escrevendo como de costume, procurando inspiração, precisava terminar dois livros estagnados e encontrar uma boa matéria para minha edição no jornal, nem eu, nem o mundo podia prever a história que estávamos prestes a conhecer.

     Caminhando naquela areia soltinha, de repente, tropeço em algo enterrado a beira mar, muito curiosa, começo logo a providenciar de ver o que era; uma caixinha de madeira, e dentro dela havia um diário. Inacreditável, eu pensei, encontrei um tesouro nesta areia, parecia coisa antiga, me interessei no ato, tão arrasador como um tsunami foi o que meus olhos estavam por contemplar.
Página 22 do diário de Alice: O Cruzeiro – Querido diário, esperamos muito por esse momento e até que enfim vamos para o Cruzeiro nessas férias! Que legal, estou ansiosa, não vejo a hora de voltar e contar para os meus colegas, vai ser demais, será inesquecível!”
     Alice e Andréia foram com seus pais Antony e Ana passar as férias perfeitas no tão esperado e planejado Cruzeiro. Era Janeiro de 2009 e tudo já estava pronto.
     Chegando lá, era só festa, alegria e muita diversão, logo, as meninas fizeram amizade com dois irmãos da mesma idade que elas, eram James e Cristine, eles eram super legais também, e brincavam juntos o dia inteiro enquanto seus pais Roberta e Renevaldo conversavam com Antony e Ana. Conhecê-los nesta viagem tornou a viagem ainda melhor para todos.
     Andrea e Alice eram muito alegres, Alice sonhava em ser médica e salvar o mundo,  enquanto Andrea, sempre tagarela, dizia que queria ser Presidente da República e que falava bastante pra treinar o seu discurso. Cristine e James eram mais recatados, muito obedientes e tímidos, Cristine era mais solta, ela queria ser professora, dizia que assim ela poderia consertar o mundo. James queria ser policial, ele era o mais comportado e quietinho de todos, já tinha ate conquistado o coração de Andrea que não perdia mais o garoto de vista.
     Renevaldo era muito severo e exigente com os filhos,  houve um dia que os deixou o dia todo trancados de castigo no quarto...
       “O Cruzeiro- pág. 28 do diário de Alice: Minha irmã está enlouquecida hoje, mais tagarela do que nunca, estou quase indo eu mesma a pedir para os pais de James e Cristine para liberá-los do castigo e deixá-los sair, estamos de férias afinal, e eles estão perdendo o dia todo do Cruzeiro”.
     Resumindo, Alice e Andrea foram interceder pelos amigos, porém o que elas ouviram não foi exatamente o que esperavam, Renevaldo e Roberta estavam em uma briga feia, então acharam melhor esperarem os amigos  até o dia seguinte para evitarem constrangimentos. Porém, dois dias se passaram e nada deles retornarem, Antony e Ana também estranharam a ausência do casal.
     Resolveram então, juntamente com o comandante ir procurá-los no quarto da família, e, para a surpresa de todos só estava James, queimando em febre, tão pálido e debilitado como se não comesse a dias, de abalado que estava, mal conseguia falar.
     Logo, todos começaram a estranhar e perceber manchas de sangue espalhadas pelo quarto, foi um alvoroço, quando, em um súbito, James gritou apontando uma arma pra todos: “Libertei-me do amor, assim como um servo se liberta de um senhor severo, truculento e cruel!”
     Ele deu um tiro certeiro no comandante e sequentemente em todos, atirou em Antony e Ana, e os pais das meninas caíram ao lado delas, e quando Alice perguntou o porquê de tudo aquilo, James respondeu que seus pais viviam a brigar e nunca entravam em um acordo, resolveram fazer o cruzeiro pra ver se conseguiam se entender para chegar a um bom senso por amor a família, mas isso não resolveu e as brigas se tornavam cada vez mais violentas e intensas e quando James perguntou para Ana, sua mãe, o motivo de eles não se divorciarem ela respondeu que era por amor, James não conseguia entender.
     Ao presenciar a última briga, que fora a discussão mais violenta de todas, ao ver os pais se agredindo, o amigo disse chorando que não pensou, mas quando percebeu já havia pego a arma do pai que era policial e atirado de olhos fechados contra eles, foi terrível, sua irmã Cristine viu tudo, e pra não deixá-la traumatizada, abalada como estava, preferiu matá-la também. Os funcionários que iam checar o quarto tiveram o mesmo fim. Todos estavam Mortos, só restava James apontando a arma para as meninas no saguão . Ele  apontou a arma para Andrea, mas, antes que pudesse atingi-la Alice se jogou na sua frente e recebeu o tiro. Ambos ficaram sem reação impressionados com o ocorrido, James chorava e pedia perdão, falava que era melhor assim, e quando foi atirar em Andrea,  a arma já estava descarregada.  Andrea correu para as mesas do saguão, agarrou uma faca e foi na direção de James, olhando fixamente nos olhos dele ela disse: “ Em pensar que eu amei você “. E com muita raiva tirou a vida de James enquanto ela gritava: “Libertei-me do amor, assim como um servo se liberta de um senhor severo, truculento e cruel.”
Andrea havia se vingado, porém, a dor era insuportável para ela, além do mais, o navio estava sem comandante e ela não conseguia nem pensar em pedir socorro com os pais mortos ali e a cena repetindo-se na mente dela, a única coisa que ela queria era honrar a morte da irmã, que se sacrificou por ela, por amor, então, Andrea pegou o diário de Alice e terminou de escrever seus últimos momentos de vida, com a esperança de um dia alguém encontrá-lo e sua irmã fosse lembrada e permanecesse viva, de alguma forma, nem que fosse naquele diário, na lembrança de alguém. Colocou-o em uma caixinha de jóias que Antony seu pai deu de presente para sua mãe no Cruzeiro e lançou-se no mar juntamente com todas as memórias boas que sua irmã guardava dela e dos pais naquele diário,  junto com os relatos que sua irmã Alice começou e ela terminou daquele cruzeiro , que seria inesquecível e o foi, se pudesse chegar a alguém aquela historia.
     Meus olhos não acreditavam no que estavam lendo, claro, eu iria publicá-lo! Aquele cruzeiro jamais seria esquecido, pois, enquanto eu vivesse, iria guardar aquela história, que compartilhei com o mundo, que compartilhei com você!
     Meu nome é Amanda, eu acredito no amor, que é mais forte que a dor, mais forte que a vida e a morte, embarcamos em uma história intensa, cheia de surpresas e expectativas, é o “cruzeiro da vida”.
     Um bom cruzeiro para todos vocês! 




Bruna Oda
Turma de Letras - 3ºA



Um comentário:

Susely disse...

Bruna, haja criatividade... fichou show!

bjkas
Suse