Estava na sala dos professores fazendo uma
pesquisa, quando lembrei me de meu primeiro dia de aula. Minha mãe me levou até
a escola e me deixou ao abrir o portão. Percebi que as crianças eram todas
diferentes uma das outras e que eu teria ali experiências bem diferentes
também, que era tudo novo, mas depois as coisas foram ficando familiares.
Existia muitos mitos sobre a escola, os alunos mais velhos diziam que antes da
escola ser construída, havia um cemitério no lugar. Outros diziam que no
banheiro feminino, de vez em quando, aparecia a mulher de branco que pegava as
meninas e as levava embora. E além disso, alunos de outra escola diziam
que os alunos do Raul Pila entravam burros e saiam Gorilas.
A Professora Vera é doce, branda e exercia uma excelência sobre a sala. Existe uma grande diferença entre Poder e
autoridade: Minha querida Vera exercia a excelência da autoridade, ela tinha
uma habilidade para influenciar os alunos a fazerem as coisas de livre
espontânea vontade por causa de sua influência pessoal. Os alunos a
ouviam porque se sentiam ajudados e entendidos. Quando um professor
percebe a dificuldade ou limitação de um aluno e entende que precisa ajudá-lo,
não fazer a sua vontade, mas a suprir as necessidade desse aluno, este
professor será visto de forma diferenciada.
Após esta lembrança, me levantei e fui até
a porta de vidro que dá saída para o espaço aberto da escola. Subi as mesmas
escadas que subia para ir embora para casa, no final da escada tem uma
passarela com o portão de um lado e um extenso caminho do outro, peguei o
caminho que me levaria de volta ao passado. Passei por aquelas árvores, senti
aquele cheiro...As memórias dançavam em minha mente...Me vi chorando de raiva
dos meninos que pegavam no meu pé, que corriam atrás de mim, quando eu não
queria brincar de pera uva maçã salada mista. Ouvi os risos que eu dava com
minhas colegas, Andei mais um pouco e vi a biblioteca, lugar onde eu
sentia paz.
Quando andava entre os corredores da biblioteca, falava para mim mesma, um dia outros alunos irão ver meus livros, em seguida ao dar a volta na escola,
eu o vi, aquele de quem eu jamais esqueceria, aquele com quem dividi por muitas
vezes minhas emoções, meus sentimentos mais ocultos, meus desejos, meus
risos mais sinceros, minhas melancolias, meus diversos personagens, aquele que
me fazia sonhar com o surreal, era ele mesmo, meu querido e inesquecível palco,
onde me apresentei por quatro anos. Nossa! Foi terrivelmente lindo vê-lo
novamente.
Fechei os olhos e percebi estar vivendo um
passado que ainda não passou, pois estava bem presente dentro de mim.
Laizia Santana
Turma de Letras - Manhã
Um comentário:
Adorei La..
Não tinha escutado essa sua narrativa!
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