O REFUGIO


Como todo irmão mais novo, tinha que dividir meu quarto às vezes. No entanto, eu como sempre ranzinza, não gostava de intrusos em meu eterno refugio, sim refugio, pois era minha mãe brigar comigo, que para lá eu fugia, até me esconder em baixo da cama que era algo muito divertido.
Meu quarto não era muito grande, cabia a beliche, cômoda e roupeiro. Tinha uma cor de parede amarela quase branca e no fundo uma parede azul água, que eu mesmo havia pintado. Ali era meu lugar sagrado, meu lugar dos sonhos onde tudo virava realidade, histórias de guerras, lutas e até brincava de bater figurinha com meus primos.

Mas a melhor parte era montar minhas cidades, sim cidades com caixinhas de leite, caixas de sapatos, latinhas tudo que me servisse ou que minha imaginação criasse como prédios. Construía enormes torres com guardas e ali eu adentrava em um mundo de sonhos, meu reino, onde tudo era possível.

Por muitas vezes minha mãe ficava louca com minha bagunça, mas sabia que o arrumaria. 
Às vezes ao me deitar em minha cama hoje, me lembro desses momentos, o coração acelera. 
Algo bem comum ao achar no meu quarto eram os carrinhos e livros, adorava ler quando pequenas e muitas figurinhas de vários desenhos da época, até parece que sou tão velho assim, somente estou com 21 anos.


Elielton Carmo Barreto
Turma de letras - Manhã



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