Estava na Biblioteca, olhando para a primeira prateleira de livros imaginando quando conseguiria entender a linguagem de todos eles, ou melhor, introduzi-los para dentro de minha mente, mas eu sabia que por mais que houvesse estudado, todos estes anos, nunca saberia o suficiente para conhecer tudo, inclusive eu mesma. Quanto mais eu olhava aquela prateleira de livros, mais complexos se tornavam os meus pensamentos... Lembrava-me de quando era criança e repetia empolgada para os meus pais, que seria uma advogada muito inteligente, dedicada e justa... Mas o que a inocência me escondia era que fazer o sonho perfeito virar realidade exigiria muito mais do eu poderia ser.
Ser uma pessoa inteligente é, para muitos, algo relativo. Para mim foi apagar o sentimento e viver a razão, unir a determinação e capacidade de ser consciente, de ser prudente e tudo o que precisasse ser para não viver impulsos e paixões, mas ser razoável.
Dedicação era uma questão de atingir os cem por cento em tudo que fizesse e ser impecavelmente a melhor.
JUSTIÇA! Não tenho muito que dizer sobre, pois não a conheço bem. Sei que às vezes ela é algo inacessível...
Já havia realizado meu trabalho de manhã e estava com o resto da tarde livre, então peguei meu caderno de anotações e comecei a escrever coisas que não haviam acontecido em minha vida, e o que faltou para que elas acontecessem.
Minha mente se encheu de pontos de interrogação. De repente, me veio uma sensação absurda e justa: Reparei num relâmpago íntimo, que não sou ninguém. Nada além de um ser com a alma vazia coberta por uma beca.
No brilho do relâmpago vi meu mundo de idealizações e perspectivas indo embora, como em um ciclone no atlântico mar. Todos aqueles sonhos do saber, do pensar e do querer viraram um deserto e verdadeiramente me senti sozinha!
Eu só tinha a companhia da incontestável certeza que naquela manhã eu havia ganhado mais uma causa indigna e que de tudo que havia sonhado ser, eu nada era.
Pela primeira vez minha alma se escureceu de dor. Levantei-me e fui embora com um insondável sentimento de inexistência.
Laizia Santana
Letras - Turma A
Música: New Order - Elegia
Música: New Order - Elegia
11 comentários:
Palavras profundas que tocam o coração e nos fazem pensar: o que estamos fazendo aqui?
Reparei num relâmpago íntimo, que não sou ninguém. Nada além de um ser com a alma vazia coberta por uma beca. Pela primeira vez minha alma se escureceu de dor. Levantei-me e fui embora com um insondável sentimento de inexistência.
Perfeito Lá... parabéns!
Audley Hofstetter.
Meu Deus, tão profundo e ao mesmo tempo tão poético! Quanta verdade explícita nessas palavras!
O que é essa "capa" que eu mostro para o mundo?! A quem estou querendo enganar?!
Parabéns Laizia!
´´Com um insondável sentimento de inexistência´´,é assim que sinto muitas vezes, Lazia você conseguiu expressar muito poeticamente as nossas deslisões.Parabéns continue a escrever, você foi supreendente.
na verdade é assim que todos nós , nos sentimos muitas das vezes como se focemos inexistentes muitas vezes algo insignificante para muitos , adorei Laizia foi algo chocante e verdadeiro .
Laizia, amei, parabéns,voce é mesmo surpreendente, meiguinha e brincalhona, mas quando quer "falo sério" coisa de gente grande. Beijos!!!!!!
Laizia, amei, parabéns,voce é mesmo surpreendente, meiguinha e brincalhona, mas quando quer "falo sério" coisa de gente grande. Beijos!!!!!!
Laizia, Gostei muito de sua narrativa, pois me senti ali naquele momento, olhando aqueles livros e me fazendo a mesma pergunta. Será que um dia saberemos a resposta?
Simplesmente fui surpreendida por suas palavras e pelo clima criado pelo fundo musical. Parabéns, amei!
bjkas
Su
Até quando estaremos questionando? Não sei, o que sei é que todos nós buscamos respostas, para o nosso vazio existencial. Ainda é tempo para algumas resposta, se surpreenda a vida é bela!
Parabéns Laizia!! Me identifiquei MUITO!
Laizia, muito bom! As vezes eu também me pego fazendo essa mesma pergunta, e ainda não obtive uma resposta satisfatória. Espero que um dia eu tenha uma explicação para minha vida.
Parabéns e continue a escrever sempre!
Beijos,
Sônia
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