BRINCANDO DE BRINCAR



            Hoje penso que poderia ter brincado mais, não ter seguido regras, horários e ter desobedecido mais os meus pais, no início de 1964.
           
Todas as noites, após lavar a louça do jantar, saíamos à rua para brincar, com amigas e vizinhas. As brincadeiras eram inocentes, passa anel, esconde-escode, passa Maria, estátua.
            Todas as garotas da rua ficavam até tarde da noite a brincar, usando de toda imaginação para diversificar, pois os meninos também participavam das brincadeiras. Nas ruas desenhávamos para pular amarelinhas de mãos dadas em roda, em pares cantando as mesmas cantigas.
            Chicotinho queimado, lenço atrás, eram as preferidas, passa raio também era bem divertida.
            Com tantas brincadeiras não se via a hora passar, mas era tudo muito tranquilo, com poucos carros nas ruas, sem nenhum tipo de violência e reprovações.
            Quando cansados das brincadeiras, recorríamos às bicicletas e todos saiam a pedalar por todo o bairro. Os bambolês também eram da época, faziam o maior sucesso.
     
       Entre todos havia um efeito dominó, assim era na sequência, eu Luciana gostava de Ronaldo, que gostava de Sônia, que gostava de Mauro que indeciso entre tantas nem sabia mais, de quem mais poderia gostar. Até mesmo essa escolha se tronava uma divertida e inesquecível brincadeira.
           


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